Epígrafe Provisória

"Quanto mais a moda é feia, mais o povo acha bonito" - Juraildes da Cruz

Sons de sim – "Enfeites de cabocla"

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Historieta

Colher palavras
para contar
uma espécie de dor.
Escolher um tema
com que mostrar
belas cenas de horror.
Fugir do problema
e adentrar na guerra
em busca da paz.
Saltar o mundo
e permanecer
em estreito lugar.
Perder a vista
e enxergar
a face da escuridão.
Dançar a música
que um dia jamais
pudesse ser tocada.
Gritar gemidos
que somente se ouvem
no vácuo inconsciente.
Plantar no jardim
estéril semente
e ignorar da árvore a solidão.
Comprar supérfluas utilidades
e apaziguar
a cupidez insaciável.
Enfim nascer
como primeiro ato
da historieta de morte.

2 comentários:

Sidarta Martins disse...

Não há beleza que dure nesta vida. Só a arte para fazer a minha um pouco menos complicada.

Abraços,

Mandi disse...

Nascer é o prenúncio da morte. Dançar é o prenúncio de sincronizar o corpo com algo novo que ainda está para ser ouvido. Saltar o mundo é pré-requisito para voltar ao ponto de partida, já que ele é redondo...

Sim, liebling, voltei! Estou tentando acompanhar o ritmo bloguesco... Por enquanto! Beijo!