
e que boa tinta tinha
no sangue dos humanos
a descoberta desse nó
deu se quando Carijó
foi coberto pelos panos
tombou um prócer de facção
frente a venda de Zé João
e à terra tornou o pó
eram dezoito e trinta
no chão havia a tinta
extraída do Carijó
que a vida teve exangue
mas não tendo bom sangue
quem houve que o sinta?
à bala feito o serviço
tudo ficara por isso:
antiga vingança de gangue
bateram foto, relatório
polícia deitou falatório
o corpo virara enguiço
"Limpe a rubra mancha
que só não se desmancha
e as puta vêm pro velório"
Um cão chega mansinho
não do trafica, do vizinho
lambe a infame passagem
desse impregnado chão
da esquina de Zé João
e vai manchando o focinho
de Carijó restou o cheiro
de seu sangue e um cruzeiro
que a polícia não levou
nem cachorro, nem Zé João
nem polícia, só podridão
foi o que, no fim, restou
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