Epígrafe Provisória

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Sons de sim – "Enfeites de cabocla"

sábado, 4 de agosto de 2007

SOL-lilóquio


por Silvio Lourenço, setembro 2006.


Esse Sol corta essas noites
insuaves. Atrás atravessa
sem-pressa pelas praças,
do pão leveda as massas
e das moças mostra as graças.

Esse Sol indesperto madruga
moços cansados de amar,
missas de massas moventes,
desdorme trens nos dormentes,
descama o homem, o mar.

Ah, esse Sol aquece a pele,
queima toda epiderme –
perece a carne pelo verme –
desamanhece no poente
e foge desvisto da gente.

Nesse Sol sem-céu sumido,
você sem-eu-ciumado
desassoma cor-dia nublado.
Se sumo desinfeliz amando
no mundo não-sendo amado.


Foto: Andrei Barros, "Chuva, Sol e céu", em

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo poema, a foto ganhou vida nova com estas palavras! Obrigado!

Abraços!

Anônimo disse...

mui belo esse poema, sua perspicácia em descrever o cotidiano e apresentar suas idéias anda cada vez mais vivaz.
abraço
valeu