>> neste artigo>>
O carnaval passa a imagem de um tempo deslocado da realizade. Para muitos é como se se congelasse todas as desilusões tidas e vividas a fim de se dar lugar aos folguedos próprios dessa época.
Para não afirmar de-liberadamente (!) a grotesca contradição que a sociedade, carreada pela mídia, encena, esboçarei pleonasticamente que olhamos para a dupla face de uma mesma moeda. Que relações há entre a desilusão que viceja e toma conta do sentimento de grande parte das pessoas pensantes, que têm, no mínimo, enorme dificuldade em assimilar a brutalidade e torpeza de fatos como o assassinato do garoto João Hélio, a tragédia da linha 4 do metrô de SP, a queda do boeing da Gol do vôo 1907, mensalões e etc, com a evidente apatia (ou seria algum bloqueio psíquico) para com a realidade enquanto se dá lugar à lassidão catártica dos folguedos carnavalescos?
Ressalto neste espaço a lúcida opinião de minha colega Majô Casarotto, do jornal Destak, em 16/02/2007, para quem quase nada ou nada temos de festejar que justifique tanta alienação.
A arte tem o poder de representar tudo, não só o mundo dito real (existe?) como os mundos imaginados (e também reais porque realizados imageticamente). Assim, por um lado, O vendedor de tristezas estréia a seção contos do caracol, justamente em meio ao carnaval e sua propalada alegria. Será que ainda temos o direito de expressar tristeza e desilução, sobretudo em dias como estes? Esse conto é contribuição de Márcio Cenzi, que estréia no canto do caracol, de quem posso dizer com certeza que proporcionará grande deleite aos nossos leitores. Por outro lado, na seção poemas do caracol, você encontrará os poemas Pendente e Jazzinho I e II, estes com a rubrica de que nem tudo é desilusão...
Já menina da lata é uma indagação pela existência infantil deslocada de seu ideal lúdico, mas pleno de ternura, uma busca como de Oliver Twist.
Para obter acesso aos posts do conto e dos poemas, basta clicar nos links do texto. Boa leitura a todos!
4 comentários:
Vamos lá! Sílvio, você coloca um monte de coisas com coragem. Parabéns por isso.
Acho que há sempre o que festejar. Dançar é bom. Só a possibilidade de deixar a música lhe levar já seria o suficiente para uma festa.
Pessoas que só pensam e pensam, sempre pensando nunca vão entender o que está além do pensar.
Abração,
Sidarta, o que pesa (no sentido de um profundo desequilíbrio) é a completa mobilização em torno do folgar diante da eterna imobilidade diante das fraturas expostas da sociedade assassina na qual [sobre]vivemos.
Eu também aprecio o "riso" muito mais que o "siso" (pra citar o márcio).
Na verdade não falta festa – eis a prova –, o que falta é pensar (e sobretudo agir).
E aí você tem razão. Temos de ir além do pensar. Mas não aquém.
Valeu mano.Brigadão e até o nirvana.
ei, Silvio,
larga mão de ser preguiçoso e atualiza isso aqui.
Oi, Silvio!
demorei mas consegui vir fazer uma visita!
Bacana vcs se dedicarem à escrita!
Obrigado pelo link, só agora aprendi a mencionar na minha página os links de outros blogs1
Bem, estão vcs lá para formarmos esta rede de arte e escrita!
abraço
Postar um comentário